Festa da Sagrada Família – Ano C

Uma família

Apesar da família ser o fundamento das sociedades: é nela que nascem novas vidas, é por meio dela que são formadas as gerações que continuam o trabalho iniciado há muitos anos atrás. No entanto hoje parece que esta instituição está prestes a desaparecer, pelo menos como a conhecemos: aumentam as tentativas de tornar como coisas normais e naturais as famílias monoparentais, ou constituídas por 2 elementos do mesmo sexo, provocando-se assim um desequilíbrio na educação dos filhos que podem ficar limitados por visões demasiado orientadas da vida.
Neste domingo, que tem por tema a família somos convidados a reflectir sobre o que nos dizem as leituras: o livro de Ben-Sirá, escrito 200 anos antes de Cristo é uma colectânea de conselhos da época, diz-nos que devemos honrar o pai e a mãe com a mesma importância como se fossem o próprio Deus. De facto os pais e as mães são os continuadores da obra criadora de Deus.

Mas a vida em família não é fácil: há sempre muitos problemas. Porque todas as pessoas são diferentes. Porque os pais não querem que os seus filhos cometam os erros que eles cometeram. Porque têm medo que façam asneiras que eles nunca fizeram. Os filhos querem ser independentes mas continuam a necessitar da família para os amparar na maior parte dos dias. O marido e a mulher, que prometeram fidelidade um ao outro, perdem o entusiasmo que tinham no princípio da vida de casados, porque deixam que a rotina se instale.

Por isso aparece S. Paulo a dizer-nos para nos suportarmos uns aos outros no amor. Porque só assim seguimos o exemplo de Cristo, que nos perdoou as nossas faltas. O amor entre os homens atinge o seu nível mais alto na família porque aí as pessoas estão mais próximas umas das outras, têm uma mesma herança, conhecem-se melhor, no bem e no mal.

Viver “em Cristo” implica fazer do amor a nossa referência fundamental e deixar que ele se manifeste em gestos concretos de bondade, de perdão, de compreensão, de respeito pelo outro, de partilha, de serviço. A nossa primeira responsabilidade vai para com aqueles que connosco partilham, de forma mais chegada, a vida do dia a dia (a nossa família). Esse amor, que deve revestir-nos sempre, traduz-se numa atenção contínua àquele que está ao nosso lado, às suas necessidades e preocupações, às suas alegrias e tristezas.

Mas não há famílias perfeitas, assim como não há homens perfeitos. Por isso nos deparamos com o Evangelho, que nos conta que Jesus, quando foi a primeira vez a Jerusalém ficou perdido três dias no templo, e quando os pais o encontraram a sua mãe censurou-o por os ter abandonado sem lhes dizer nada, mas com a resposta do filho entenderam que era tempo do seu filho descobrir o seu caminho, a sua vocação. E no entanto: “Jesus desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhe submisso.”

Os problemas só têm importância se nós os guardarmos para nós. A Família existe para que aquilo que nos apoquenta possa ser partilhado sem constrangimentos pois confiamos na Família. Vamos pois construir famílias melhores, de onde nasçam melhores pessoas, onde todos os seus membros se possam desenvolver, seguindo o seu próprio caminho e não aquele que nós gostaríamos de ter seguido e não podemos ou não conseguimos.

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